domingo, 4 de novembro de 2007

trêsporquatro

A máquina fotográfica matou a alegria de esquecer.
Tá tudo lá registrado,seus movimentos e suas hesitações.
Apaga esse vestido colorido de amarelo da tua fotografia.
Volta atrás e pergunta de novo se eu tenho certeza,
que você vai ver que é a certeza que tem a gente.
Deixa repousar o cigarro aceso no cinzeiro da tua alma.
Não me venha com essa de acaso que nisso eu não acredito.
O acaso nada mais é do que o destino disfarçado,
e de disfarce já basta a felicidade.
Eu sou um bom canalha e você sabe que isso lhe convém.
O mau canalha é aquele que usa gravata e compra casa à prestação.
Mas o bom canalha vai pro bar e
faz juras de amor eterno pra dois corações no mesmo dia.
E nunca minto,porque o amor é a minha verdade.
O meu amor não tem medida nem pudor.
Mas não sempre tão agradável aos olhos e ao estomago.
Eu penso que um dia se houver de morrer de susto ou de amor,
prefiro morrer de susto,porque morrer de amor deve incomodar pra cacete.
Você agora só daria um sorriso e me chamaria de bobo.
Eu ainda sou capaz de radiografar teu coração e seus impulsos mesmo à distância.
Ensaiando a cena final,o grand finale no terceiro ato.
Quando eu era criança vivia ensaiando as minhas últimas palavras.
No dia da minha morte espero ter tempo suficiente pra conferir se decorei o texto.

Um comentário:

Marcela disse...

sistemático.
e galã de novela. =P