Vejo a menina que passa na rua
Escrevo um poema pra voz dela ouvir
Finjo que o tempo é o que temos
e que não ha nada senão insistir
Pinto um retrato no vento
Um soneto contente de amor e folia
Sento pra ver a marcha de fevereiro
É carnaval pelo menos por um dia
No sonho posso ter a vontade
Independente das leis da razão
Deixo o pedido suspenso no ar
Esqueço que o oposto de amor é deixar
Aumento o poema que é pro tempo também aumentar
Olha a moça que fala de um jeito diferente
Olha a menina que pinta os labios pra sorrir
Com seu vestido rendado feito por ela
Ela vai desfilar na avenida do meu encanto
Se fantasiar com o meu espanto
De ver que a menina é bonita demais
domingo, 20 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Penúltimo poema
Do meu ultimo poema me lembro apenas de começá-lo,
porque o começo é sempre igual,
aliás, talvez ainda o esteja terminando,
ou mesmo nem tenha concluído o meu primeiro.
Do próximo, igualmente, só tenho o inicio
e de que valeria começá-lo já pensando no fim?
Nunca se sabe quando será a ultima linha,
a ultima inspiração só será reconhecidamente a ultima,
quando depois de um tempo nenhuma outra a seguir.
Talvez volte a escrever, talvez consiga dessa vez...
É que só escrevo em duas condições:
quando me sinto sozinho ou quando me sinto (quase) completo.
E tem que ser mesmo -ou- porque -e- nao cabe aqui.
E os parenteses devo a incompletude que move o coração.
Não me sinto sozinho dessa vez, acho que aprendi a me acompanhar
sinto que dessa vez não vou abandonar a mim mesmo,
nem por pena, nem muito menos por covardia,
talvez ate me leve pra tomar um café qualquer dia desses,
e seria realmente incrível se você me acompanhasse,
talvez volte a escrever...
talvez.
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