domingo, 20 de maio de 2012

Poema para ouvir

Vejo a menina que passa na rua
Escrevo um poema pra voz dela ouvir
Finjo que o tempo é o que temos
e que não ha nada senão insistir
Pinto um retrato no vento
Um soneto contente de amor e folia
Sento pra ver a marcha de fevereiro
É carnaval pelo menos por um dia
No sonho posso ter a vontade
Independente das leis da razão
Deixo o pedido suspenso no ar
Esqueço que o oposto de amor é deixar
Aumento o poema que é pro tempo também aumentar
Olha a moça que fala de um jeito diferente
Olha a menina que pinta os labios pra sorrir
Com seu vestido rendado feito por ela
Ela vai desfilar na avenida do meu encanto
Se fantasiar com o meu espanto
De ver que a menina é bonita demais

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Penúltimo poema

Do meu ultimo poema me lembro apenas de começá-lo, porque o começo é sempre igual, aliás, talvez ainda o esteja terminando, ou mesmo nem tenha concluído o meu primeiro. Do próximo, igualmente, só tenho o inicio e de que valeria começá-lo já pensando no fim? Nunca se sabe quando será a ultima linha, a ultima inspiração só será reconhecidamente a ultima, quando depois de um tempo nenhuma outra a seguir. Talvez volte a escrever, talvez consiga dessa vez... É que só escrevo em duas condições: quando me sinto sozinho ou quando me sinto (quase) completo. E tem que ser mesmo -ou- porque -e- nao cabe aqui. E os parenteses devo a incompletude que move o coração. Não me sinto sozinho dessa vez, acho que aprendi a me acompanhar sinto que dessa vez não vou abandonar a mim mesmo, nem por pena, nem muito menos por covardia, talvez ate me leve pra tomar um café qualquer dia desses, e seria realmente incrível se você me acompanhasse, talvez volte a escrever... talvez.